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Como a doença de Parkinson afeta a qualidade de vida?

Como a doença de Parkinson afeta a qualidade de vida?

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a prevalência da doença de Parkinson dobrou de 1994 até 2019, quando as estimativas mostravam que havia 8,5 milhões de pessoas no mundo todo com a doença.

Como a doença de Parkinson afeta a qualidade de vida?

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a prevalência da doença de Parkinson dobrou de 1994 até 2019, quando as estimativas mostravam que havia 8,5 milhões de pessoas no mundo todo com a doença.

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Como a doença de Parkinson afeta a qualidade de vida?

Como a doença de Parkinson afeta a qualidade de vida?

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a prevalência da doença de Parkinson dobrou de 1994 até 2019, quando as estimativas mostravam que havia 8,5 milhões de pessoas no mundo todo com a doença.

Em estágios iniciais, os sinais e sintomas da doença de Parkinson costumam ser mais leves e pouco perceptíveis. Mas, como a doença é progressiva, na fase final, os pacientes precisam de auxílio para quase tudo. Já não andam e, entre 50% e 80% dos casos, apresentam demência.1-3 Confira, a seguir, os sinais e sintomas das diferentes fase da doença e questões relacionadas à qualidade de vida de quem tem Parkinson.

 

Quais são os sinais e sintomas da doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo que ataca o sistema nervoso causando uma degeneração progressiva. Principalmente dos neurônios que sintetizam a dopamina, que ficam em uma área do cérebro chamada substância negra. A dopamina é essencial para a regulação dos movimentos do corpo e a redução dela provoca sinais e sintomas motores característicos de Parkinson, como tremores, falta de coordenação e dificuldades de fala. Mas o processo degenerativo da doença não fica restrito a essa região do cérebro e pode causar também várias manifestações não motoras, como depressão, prejuízos cognitivos e demência.2,4,5

Os sinais e sintomas de Parkinson podem ser diferentes de uma pessoa para outra. Mas, de modo geral, as manifestações motoras são as seguintes:2,3

  • Tremor nas mãos, braços, pernas, mandíbula ou cabeça;
  • Rigidez muscular, onde o músculo permanece contraído por muito tempo;
  • Lentidão de movimento;
  • Equilíbrio e coordenação prejudicados, às vezes causando quedas.

Em relação aos sinais e sintomas que não são motores, também é comum que as pessoas tenham problemas na pele, no intestino e no sistema urinário. Nos estágios finais da doença, até 50% das pessoas com Parkinson apresentam confusão, alucinações e delírios. A demência também é comum e afeta entre 50 e 80% de quem tem a doença.2,3

  • Alucinação – é quando a pessoa vê coisas que não existem;2,3
  • Delírio – é quando a pessoa acredita em coisas que não são verdadeiras, mesmo quando é confrontada com evidências mostrando o contrário.2,3
  • Demência – é o declínio geral das habilidades mentais, como memória, linguagem e raciocínio.6

Como a doença de Parkinson afeta a qualidade de vida?

As pessoas que têm a doença de Parkinson sofrem de uma série de problemas que afetam a qualidade de vida (QV) delas, no que se refere ao padrão de saúde, conforto e felicidade experimentados e engloba diferentes fatores:7,8

  • Físicos;
  • Psicológicos;
  • Autonomia;
  • Cognição;
  • Relações sociais;
  • Ambientais.

 

Piora do funcionamento físico – nas etapas iniciais de Parkinson, algumas pessoas com a doença nem chegam a perceber os sinais e sintomas e, portanto, conseguem manter a mesma qualidade de vida. Mas, com a progressão, a autonomia diminui até inviabilizar a realização de tarefas simples sem ajuda. Confira o que acontece, em geral, nos diferentes estágios da doença de Parkinson:1,2

  • Estágios 1 e 1.5 – há pequenos tremores, rigidez e alterações de postura e do caminhar com comprometimento no balanço dos braços. Mas a qualidade de vida não chega a ser afetada nos primeiros estágios da doença. Os tremores e a rigidez muscular podem ser contornados com tratamento e sem prejuízos relevantes para as atividades do dia a dia.1,2,9,10
  • Estágios 2 e 2.5 – os tremores, mudanças de expressão facial e comprometimento da fala são mais intensos e perceptíveis, sendo comum o aumento da rigidez muscular. Também há uma leve alteração do equilíbrio. A sensação, nos dois estágios, é de certa dificuldade para executar tarefas até então simples do dia a dia. A pessoa percebe que está mais lenta para se movimentar e falar, mas consegue manter a rotina.1,2,9,10
  • Estágio 3 – o equilíbrio fica comprometido e os movimentos e reflexos tornam-se mais lentos. A falta de equilíbrio e a lentidão começam a afetar a rotina, sendo comuns quedas e pequenos acidentes. Mas, a maior parte das pessoas ainda consegue contornar os problemas cotidianos.1,2,9,10
  • Estágio 4 – muitas pessoas têm suas vidas transformadas pela doença. Os problemas de locomoção aumentam e, geralmente, a pessoa precisa da ajuda de alguém ou de um andador. Os reflexos lentos e a falta de equilíbrio aumentam a probabilidade de acidentes, a autonomia fica comprometida e viver sozinho já não é mais recomendável.1,2,9,10
  • Estágio 5 – a etapa final da doença de Parkinson é marcada pela incapacidade. A pessoa já não consegue mais se movimentar sem a cadeira de rodas e a rigidez muscular é extremamente elevada. São necessários cuidados 24 horas por dia para se alimentar, tomar banho e evitar as quedas.1,2,9,10

Alterações psicológicas e alterações de humor – são relacionadas à piora das questões físicas, o que pode causar ansiedade, sensação de impotência, tristeza, medo, pânico, desânimo, depressão e pensamentos destrutivos.7,8,11

Declínio cognitivo – pode haver problemas de memória, de concentração, de comunicação e de organização conforme a doença avança.7,8,11

Prejuízo das relações sociais – a progressão da doença, com o agravamento das questões físicas e cognitivas e a perda de autonomia, pode afetar a autoestima de quem tem Parkinson, fazer com que tenha receio do julgamento alheio e causar sensação de inutilidade e de perda da própria identidade. O que pode afetar as relações pessoais e profissionais e levar ao isolamento.7,8,11

 

Como é feito o tratamento da doença de Parkinson?

O tratamento da pessoa com Parkinson varia conforme a progressão da doença e é importante que envolva uma equipe multidisciplinar de saúde. Além de medicamentos e, em alguns casos cirurgias, são comuns intervenções na dieta, fisioterapia e terapia ocupacional.3,12


Medicamentos
Pessoas com Parkinson apresentam níveis muito baixos do neurotransmissor dopamina, comprometendo conexões cerebrais importantes que incidem, por exemplo, na realização dos movimentos corporais. Por isso o principal tratamento tem sido a base de levodopa, fármaco capaz de estimular a produção da dopamina ou substitui-la no cérebro.3,12Também existem opções de medicamentos que imitam a ação da dopamina ou previnem a queda na produção ou, ainda, combatem enzimas responsáveis pela degradação dos neurotransmissores. Medicamentos específicos para aliviar certos sintomas como tremores, alucinações e delírios fazem parte do rol de fármacos indicados ao longo do tratamento.3,12

Procedimento cirúrgico
A estimulação cerebral profunda é um procedimento recomendado para as pessoas que não se adaptam aos medicamentos comumente usados no tratamento de Parkinson. Consiste no implante de eletrodos numa determinada área cerebral, que ficam conectados a um dispositivo colocado no peito do paciente. Dessa maneira é possível estimular regiões do cérebro responsáveis pelos movimentos, melhorando os sintomas de mobilidade, rigidez muscular e tremores.3,12

Terapias complementares
Realizar exercícios físicos para o fortalecimento muscular, melhora da flexibilidade e da coordenação motora são bem-vindos ao longo do tratamento. As práticas de ioga e o tai chi chuan estão entre as sugestões. Uma dieta saudável, terapia ocupacional para lidar com questões mentais e até mesmo sintomas físicos como, tremores e dificuldade na fala, também são extremamente benéficas.3,12

Referências:

1.Parkinson disease. World Health Organization, 2023. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/parkinson disease#:~:text=Global%20estimates%20in%202019%20showed,of%20over%20100
%25%20since%202000. Acessado em: 19/02/2024.
2. CHERNEY, Kristeen. The 5 stages of parkinson’s. healthline, 2021. Disponível em: https://www.healthline.com/health/parkinsons/stages#stage-5. Acesso em: 19/02/2024.
3. Parkinson’s disease: causes, symptoms, and treatments. National Institute on Aging, 2022. Disponível em: https://www.nia.nih.gov/health/parkinsons-disease/parkinsons-disease-causes-symptoms-and-treatments. Acesso em: 19/02/2024.
4. What is Parkinson's? Parkinson’s Foundation. Disponível em: https://www.parkinson.org/understanding-parkinsons/what-is-parkinsons. Acesso em: 19/02/2024.
5. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da doença de Parkinson. Ministério da Saúde, 31 de outubro de 2017. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2022/portaria-conjunta-no-10-2017-pcdt-doenca-de-parkinson.pdf. Acesso em: 19/02/2024.
6. O que é demência? Biblioteca Virtual em Saúde, 21 de dezembro de 2009. Disponível em: https://aps-repo.bvs.br/aps/o-que-e-demencia/. Acesso em: 19/02/2024.
7. AL-KHAMMASH, Noora; AL-JABRI, Nujud; ALBISHI, Amal; AL-ONAZI, Afaf; ASEERI, Sharifa; ALOTAIBI, Faisal et al. Quality of life in patients with Parkinson’s disease: a cross-sectional study. NIH, janeiro de 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9941031/#:~:text=Patients%20with%20PD%20suffer%
20from,%2Drelated%20QOL%20%5B2%5D. Acesso em: 19/02/2024.
8. ZHAO, Na; YANG, Yuan; ZHANG, Ling; ZHANG, Qinge; BALBUENA, Lloyd; UNGVARI, Gabor S. Et al. Quality of life in Parkinson's disease: a systematic review and meta-analysis of comparative studies. Wiley Online Library, 28 de dezembro de 2020. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/cns.13549. Acesso em: 19/02/2024.
9. Stages in Parkinson’s disease. American Parkinson Disease Association, 2013. Disponível em https://www.apdaparkinson.org/article/stages-in-parkinsons/. Acesso em: 19/02/2024.
10. Rating scales. Parkinson’s Europe, 2022. Disponível em https://www.parkinsonseurope.org/about-parkinsons/symptoms/rating-scales/. Acesso em: 19/02/2024.
11. HAMMARLUND, Catharina Sjödahl; WESTERGREN, Albert; ÅSTRÖM, Ingrid; EDBERG, Anna-Karin; HAGELL, Peter. The impact of living with Parkinson’s disease: balancing within a web of needs and demands. Hindawi, 29 de julho de 2018. Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/pd/2018/4598651/. Acesso em: 19/02/2024.
12. Parkinson's disease – diagnosis; treatment. Mayo Clinic, 2023. Disponível em https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/parkinsons-disease/diagnosis-treatment/drc-20376062. Acesso em: 19/02/2024.

BR-DIG-CNS-2400001

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