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Cistite aguda: quais os principais sinais e sintomas e  como tratar

Cistite aguda: quais os principais sinais e sintomas e como tratar

As infecções do trato urinário são o segundo tipo de infecção mais comum no mundo, perdendo somente para as do aparelho respiratório1

Cistite aguda: quais os principais sinais e sintomas e como tratar

As infecções do trato urinário são o segundo tipo de infecção mais comum no mundo, perdendo somente para as do aparelho respiratório1

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Cistite aguda: quais os principais sinais e sintomas e como tratar

Cistite aguda: quais os principais sinais e sintomas e como tratar

As infecções do trato urinário são o segundo tipo de infecção mais comum no mundo, perdendo somente para as do aparelho respiratório1

Ardência, vontade de urinar com muita frequência, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e, em algumas situações, sangramento e cheiro forte na urina. Estes são os achados mais comuns da cistite, infecção que atinge a bexiga e na maioria das vezes é provocada por bactérias como a Escherichia coli, que habita o intestino2.

A doença é muito frequente em mulheres em idade reprodutiva. Estima-se que mais da metade da população feminina apresentará ao menos um episódio sintomático durante a vida. Após a primeira ocorrência, 24% das mulheres jovens serão novamente acometidas pelo problema no intervalo de seis meses3,4. “Mulheres têm fatores anatômicos que facilitam a migração de bactérias do canal intestinal para a uretra, por onde elas sobem se prendendo na bexiga, o que gera infecção. Isso sem falar que o canal da uretra feminina é muito mais curto do que nos homens, bem mais fácil para a bactéria escalar”, ressalta a ginecologista e obstetra do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, Dra. Patrícia de Rossi.

A médica é uma das especialistas que assinam o Consenso, publicado em 2020, por quatro importantes associações médicas: SBI (Sociedade Brasileira de Doenças Infecciosas), Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) e SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial). O documento elenca os medicamentos que devem ser priorizados para o tratamento das infecções do trato urinário (ITU), até para reduzir o risco de resistência bacteriana, problema global de saúde pública5.

Para o tratamento da cistite, seja aguda ou de repetição, o relatório das sociedades aponta a fosfomicina trometamol (em dose única) e a nitrofurantoína (100 mg, a cada 6 horas, durante cinco dias) como as opções terapêuticas de primeira linha6,7.  “As duas medicações têm boa eficácia e, como são utilizadas somente para a infecção urinária, os índices de resistência bacteriana acabam sendo muito baixos. A fosfomicina ainda tem a vantagem da dose única, em sachê para diluição em água, o que facilita porque muita gente tem dificuldade para engolir comprimidos, ainda mais em horários desconfortáveis, por vários dias”, explica o urologista do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE), Dr. João Antônio Pereira Correia, que assina o Consenso junto com a Dra. Patrícia Rossi.

Dr. João Antônio conta que nos casos de cistite de repetição (ITU recorrente), além do antibiótico, é preciso observar algumas medidas comportamentais na mulher, como, por exemplo, a ingestão de líquidos, se tem o hábito de prender o xixi, se o intestino é preso, a forma de higienização após a ida ao banheiro e se faz uso de espermicidas, o que pode colaborar com a contaminação local. “Quando você bebe mais água, em teoria, você está sempre lavando a bexiga. Com o aumento do fluxo urinário, você evita que essa bactéria tenha tempo de se fixar na bexiga, porque a infecção só ocorre quando a bactéria se prende na bexiga”, esclarece.

Referências:

1. JUNIOR; FERNANDEZ, 2004; CRISTINA et al., 2007; VELLINGAet al., 2010; SILVEIRA et al., 2010; JOHNSON et al., 2012
2. Duarte, R. Atualizações sobre o tratamento de infecções no trato urinário baixo em gestantes e não gestantes. Disponível em: https://pebmed.com.br/atualizacoes-sobre-o-tratamento-de-infeccoes-no-trato-urinario-baixo-em-gestantes-e-nao-gestantes/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext Acesso em 08/11/2022.
3. Fihn SD. Prática clínica. Infecção aguda do trato urinário descomplicada em mulheres N Engl J Med. 2003;349:259-266.
4. Nicolle LE. Atualização em infecção do trato urinário adulto. Curr Infect Dis Rep. 2011;13:552-560.
5. EAU Guidelines. Edn. presented at the EAU Annual Congress Copenhagen 2018. ISBN 978-94-92671-01-1
6. Rossi P, Cimerman S, Truzzi JC, et al. Joint report of SBI (Brazilian Society of Infectious Diseases), FEBRASGO (Brazilian Federation of Gynecology and Obstetrics Associations), SBU (Brazilian Society of Urology) and SBPC/ML (Brazilian Society of Clinical Pathology/Laboratory Medicine): recommendations for the clinical management of lower urinary tract infections in pregnant and non-pregnant women. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867020300283?via%3Dihub#bib0370 Acesso em 08/11/2022.
7. Zhanel GG., Walkty AJ., Karlowsky JA. Fosfomycin: A First-Line Oral Therapy for Acute Uncomplicated Cystitis. Can J Infect Dis Med Microbiol. 2016;2016:2082693.

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