Anemia em crianças: carência de ferro pode prejudicar o desenvolvimento infantil
Estudos mostram que um terço das crianças brasileiras tem anemia; a suplementação é necessária para prevenir o problema
Anemia em crianças: carência de ferro pode prejudicar o desenvolvimento infantil
Estudos mostram que um terço das crianças brasileiras tem anemia; a suplementação é necessária para prevenir o problema
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Anemia em crianças: carência de ferro pode prejudicar o desenvolvimento infantil
A alimentação dos pequenos pode ser um pesadelo para as famílias. Seja por uma questão de birra ou de seletividade alimentar, o fato é que algumas crianças dão mais trabalho para comer do que outras. Sem contar a concorrência de alimentos industrializados e ultra processados, como biscoitos, doces e salgadinhos, que interferem na absorção dos nutrientes.
Pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – que analisou resultados de 134 estudos feitos entre 2007 e 2020 – revela que 33% das crianças brasileiras saudáveis e menores de sete anos apresentam anemia ferropriva¹. Isso significa que elas estão com a saúde e o futuro em risco, já que a falta do nutriente pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro.
O ferro é fundamental para o bom funcionamento do organismo e para a produção de hemácias, que são as células vermelhas do sangue, responsáveis por transportar o oxigênio dos pulmões para o resto do corpo, gerando energia para as atividades diárias. Ele é encontrado no leite materno, na carne vermelha e em alguns vegetais, como as folhas verde-escuras, o feijão e a soja, mas sua absorção pode ser prejudicada por substâncias presentes em outros alimentos como café, chá e cereais².
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que a carência de ferro pode afetar as habilidades cognitivas, comportamentais e a linguagem das crianças, além das capacidades psicoemocionais e motoras, comprometendo significativamente o desenvolvimento infantil. Por entender que o problema é grave, a entidade recomenda a suplementação de ferro em forma de medicamento³.
“Quando a anemia não é tratada pode impactar o desenvolvimento físico e cognitivo e a capacidade de os pequenos adquirirem novas habilidades. A falta do mineral também compromete a imunidade, fazendo com que as crianças tenham infecções de repetição, o que interfere ainda mais no metabolismo do ferro. Por tudo isso, é importante suplementar”, recomenda a dra. Yvi Gea, pediatra de formação e diretora adjunta de Assuntos Médicos da Farmacêutica Zambon.
As crianças de 6 meses a 5 anos são consideradas anêmicas quando a hemoglobina está abaixo de 11g/dL de sangue4. Mas a queda da disponibilidade de ferro, mesmo quando ainda não caracteriza anemia, já traz várias complicações para os pequenos, como dificuldade na conservação do calor do corpo e prejuízos às funções cognitivas.
A anemia provoca, ainda, palidez na pele e nas mucosas, cansaço, alterações no sono, preguiça de brincar ou falta de vontade para estudar e realizar qualquer atividade que cause gasto de energia e, consequentemente, aumento da frequência cardíaca.
Referências:
1. Prevalence of childhood anaemia in Brazil: still a serious health problem: a systematic review and meta-analysis. Disponível em: https://www.cambridge.org/core/journals/public-health-nutrition/article/prevalence-of-childhood-anemia-in-brazil-still-a-serious-health-problem-a-systematic-review-and-metaanalysis/2F021AACD19F7A01CD7BFF3F81C7C198#access-block Acessado em 10/06/20222. BAKER, J. Nutritional anaemia-a major controllable public health problems. Bulletin of the World Health Organization, v. 56, n. 5, p. 659-675, 1978.
3. https://pebmed.com.br/conheca-novas-recomendacoes-da-sbp-sobre-anemia-ferropriva/
4. 4WHO. Guideline: Intermittent iron supplementation in preschool and school-age children. Geneva: World Health Organization; 2011.
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