Dores crônicas: o que fazer?
Tratamento com anti-inflamatórios não-esteroidais e analgésicos de ação não opioide eliminam risco de dependência e reduzem efeitos colaterais
Dores crônicas: o que fazer?
Tratamento com anti-inflamatórios não-esteroidais e analgésicos de ação não opioide eliminam risco de dependência e reduzem efeitos colaterais
Dores crônicas: o que fazer?
Dor é um sinal de alerta que avisa o organismo que algo está errado e que há ameaça de dano aos tecidos. Quando ela se estende por mais de três meses é considerada crônica e pode comprometer a condição física, psicológica e a qualidade de vida do paciente. De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), cerca de um terço da população apresenta queixa de alguma dor1,2.
A dor é classificada de acordo com a localização, o tipo (difusa ou localizada), a intensidade (fraca, moderada ou forte) e a periodicidade (aguda ou crônica)2. A dor crônica geralmente está associada a doenças degenerativas da coluna, câncer, diabetes, artrite, fibromialgia ou a neuropatias. Entre as dores mais comuns estão a dor de cabeça (enxaqueca), as dores de coluna (lombar e cervical), dores nos membros superiores e inferiores, no abdômen e na face3.
As dores crônicas exigem tratamento medicamentoso porque são extremamente debilitantes, provocando imobilidade, deficiências psicomotoras e depressão, além de alterações do sono e problemas nutricionais. O tratamento é baseado principalmente no uso de analgésicos opioides e não-opioides, que são os anti-inflamatórios não- esteroidais (AINE); e adjuvantes como antidepressivos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes, entre outros.4
Ao escolher a linha de tratamento é preciso lembrar que o uso prolongado de opioides pode provocar alterações celulares, entre as quais o aumento dos níveis de dopamina, que faz com que o corpo fique refém do efeito gerado pela substância, levando à dependência química 5.
Analgésicos de ação central não opioide como o hidroxibenzoato de viminol (HV) apresentam menor risco de dependência e menor frequência de efeitos adversos, oferecendo equilíbrio entre a intensa atividade contra a dor e a tolerabilidade6-8.
Já os anti-inflamatórios não- esteroidais agem no centro da dor inibindo a enzima COX, provocando uma atividade analgésica do tipo não-narcótica, ou seja, inibindo as substâncias que causam a dor por meio da inflamação. O problema é que os anti-inflamatórios comuns impedem a produção da prostaglandina, hormônio que protege a parede do estômago da acidez do suco gástrico9.
Para evitar eventos adversos gastrointestinais, existem anti-inflamatórios como o ibuprofeno arginina, que apresenta menor risco de efeito adverso gastrointestinal e maior eficácia analgésica comparada ao 10. “A molécula Ibuprofeno arginina apresenta superioridade em comparação ao ibuprofeno convencional, com ação analgésica mais rápida e eficaz, e maior cuidado com o estômago em comparação a outros anti-inflamatórios não esteroidais”, destaca Thais Tamamaro, gerente de marca da linha de alívio da dor e saúde musculoesquelética da Zambon11,12.
O paciente de dor crônica deve sempre procurar orientação médica para definir o melhor tratamento e verificar se há necessidade de associar classes de medicamentos a fim de utilizar a menor quantidade de cada um deles, reduzindo a possibilidade dos efeitos colaterais. Lembrando, ainda, da possibilidade de combinação com tratamentos não medicamentosos como fisioterapia, prática de atividades físicas, terapia com psicólogos, e acupuntura, entre outros.
Referências:
1. SIQUEIRA, J.T.T. Porque a Dor é uma questão também de Saúde Pública! Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor. Disponível em: https://sbed.org.br/duvidas-frequentes-2/dor-no-brasil/. Acesso em 21/09/2022.2. Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor. Projeto "Controle da Dor no Brasil" (Brasil sem Dor ). Disponível em https://sbed.org.br/wp-content/uploads/2019/01/CAMPANHA-NACIONAL-PELO-TRATAMENTO-E-CONTROLE-DA-DOR-AGUDA-E-CR%C3%94NICA-3-MB.pdf Acesso em 21/09/2022.
3. CARMO, W.R. O que é Dor Crônica? Causas e como ela afeta a Qualidade de Vida. Regenerati. Disponível em: https://regenerati.com.br/o-que-e-dor-cronica/ Acesso em 21/09/2022.
4. Ribeiro, S.; SCHMIDT, A.P.; SCHMIDT, S.R.G. - Opioids for Treating Non Malignant Chronic Pain: The Role of Methadone. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rba/a/8cDGLkrdLJPHw3pQJdMC7yd/?format=pdf&lang=pt Acesso em 21/09/2022.
5. SOARES, H.L.R.; MOSCON, J.A.; MOREIRA, L.G.; BASTOS, R.B.; OLIVEIRA, R.W.D. Dependência de Opióides: uma revisão da literatura. Disponível em: https://www.uniad.org.br/wp-content/uploads/2009/05/Dependencia-de-opioides-uma-revisao-da-literatura.pdf Acesso em 21/09/2022.
6. 1. Mingoia Q. Perfil químico e farmacêutico de um novo analgésico central: Viminol. Rev. Bras. Clin Terap. 1978; 241-247. 2. Nobili, F., Bernardi, G.C. Evaluation of a new oral analgesic (diviminol, Z. 424) in post-partum pain.
7. Eur J Clin Pharmacol 3, 119–122 (1971). https://doi.org/10.1007/BF00619305. 3. Martinetti L, Monafo V. A clinical study of diviminol on prolonged administration. Int Z Klin Pharmakol Ther Toxikol.1971 Apr;4(3):298-302;
8. 4. Azzollini F, Lodola E. Diviminol (Z-424); A pilot study for prolongued clinical use. Int J Clin Pharmacol ther toxicol 1971,4:292;
9. TONUSSI, C.R.. Por que os anti-inflamatórios irritam o estômago? Departamento de Farmacologia da UFSC. Disponível em: https://farmaco.ufsc.br/2015/04/09/por-que-os-anti-inflamatorios-irritam-o-estomago/#:~:text=Infelizmente%2C%20os%20anti%2Dinflamat%C3%B3rios%20comuns,que%20podem%20at%C3%A9%20virar%20%C3%BAlceras Acesso em 21/09/2022.
10. Pagnoni B, et al. Comparative Efficacy of Oral Ibuprofen Arginine and Intramuscular Ketorolac in Patients with Postcaesarean Section Pain. Clin Drug Invest. 1996; 11(Suppl 1): 15
11. Cattaneo D, Clementi E. Clinical pharmacokinetics of ibuprofen arginine. Curr Clin Pharmacol. 2010; 5(4):239-45
12. Novalbos Reina J, Francisco-Abad S. La arginina mejora la eficacia y seguridad del ibuprofeno. Actualidad en farmacología y terapêutica. 2006;4(1):23-34.
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